" E as máscaras? Eu tinha medo mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara."
Clarice Lispector
Clarice já dizia que escrever é um mecanismo de permanecer
viva. E eu concordo com isso. Há muito que não escrevo e, por isso, sei que
tudo o que gostaria de dizer preencheria livros e livros a serem lidos por
aqueles aflitos e angustiados, que procuram tragédias compartilhadas, ou
histórias inacabadas. A única coisa de que tenho certeza – digo isso, porque já
tentei as técnicas da música e da arte, por meio de desenhos – é de que as
palavras provavelmente me mantém coesa à sociedade.
Sei o quanto é difícil viver, alguns passam por coisas
extremamente piores do que eu e, justamente por isso, eu gostaria de canalizar
todo o meu sentimento de exterioridade e estranhamento/desencantamento do
mundo, para ajudar os outros (necessitados). Voltando ao meu objetivo central,
minha meta síntese é essa, levar algo aos outros que traga conforto e paz,
tratar de forma diferente os indivíduos, com atitudes diferentes da que já fui
tratada. Mas é isso? É só isso, easy? Não, porque justamente por
tentar renunciar ao egoísmo que você sofre muito mais do que os egoístas, do
que os interesseiros, do que aqueles em quem você acreditava que poderia
contar. É justamente pelos seus objetivos divergirem da maioria das pessoas que
você se encontra às margens, que você deixa de se identificar com muitos
“amigos” (amigos vírgula).
Acredito que a angústia de esperar é virtude dos que encaram
o destino de frente, com várias responsabilidades, sem fugir daquela velha
história de se tornar um ser humano melhor.
Engraçado e estranho o mundo, as pessoas mudam tão rápido de opinião,
têm atitudes que me causam repulsa e , em tão pouco tempo, fazem-me crer que o
mundo de desigualdades, caos político e corrupção têm raízes dentro dos
próprios indivíduos que, mesmo negando e “lutando” contra os males vigentes,
mostram-se extremamente frágeis e antiéticos nas relações pessoais e, no mais
profundo do ego, atuam como atores para atingir o outrem, para causar dor e
sofrimento alheio.
Ganham o que com isso? Provavelmente não só o inferno dos
outros, mas constroem o próprio
purgatório terreno, que, cedo ou tarde, cairão dentro e, como um vulcão feroz e
em erupção, não haverá lados para correr ou fugir, resta só colher aquilo de
maldade que plantou ao outro.
Creio, em minhas humildes reflexões de que o psicológico do
ser humano é uma caixa empacotada e dela provém os piores castigos que
poderíamos receber. Eu sou uma dessas que já recebeu penas mentais que corroem
mais que muitos castigos físicos. O que te resta agora? O que me resta agora?
Continuar com o propósito de ajudar seres humanos que corroem , assim como
ácido sulfúrico em contato com a pele, as relações pessoais, retribuem com o
mal quem lhes fez o bem e com ingratidão os que (jamais tiveram intenção) não
causaram dor e sofrimento?
Com isso, sérios sinais de sociopatica tomam o ser e a
consciência individual tenta sobrepor-se a todo custo à coletiva, de maneira
que uma profunda angústia sentimental e estranhamento com a sociedade toma o
ser. Óh, Durkheim, será, um dia, tarde demais?
E ela sofria, angustiada por anseios de liberdade, por não
aguentar mais viver naquela situação. E ela Não chorava, já que sabia que uma
lágrima só traria um pouco mais de desidratação ao seu frágil corpo. E ela
sabia que, em algum lugar do planeta, poderia existir alguém que compactuasse
com as ideologias e com aquilo que ela acreditava ser certo. Entretanto, ela
não encontrava ninguém. Ninguém que, ali por perto, pudesse compreende-la.
Nesse instante, ela, em um momento de vazio profundo existencial,
tenta tornar-se mais “bonita”, abafar
algumas espinhas que existem na face, esconder as várias olheiras e expressões
faciais .
Não prometo acabar esse texto por aqui, mas ele vai ter
continuação! Ah, se vai.
É isso aí. Penso que ser autêntico e agir para o bem do próximo são atitudes que colaboram para um mundo melhor!!!
ResponderExcluirBeijos,
da mamãe.
Uma história inacabada...
ResponderExcluirUm texto inacabado; Ashusahus;
Muito bom... Mas acho que faltou uma análise psicológica mais profunda da autora no último parágrafo, de forma que isso auxiliaria no entendimento do título em si e do texto acima redigido..
No mais, tá ótimo! :)
"Entretanto, ela não encontrava ninguém. Ninguém que, ali por perto, pudesse compreende-la", olha isso me deu uma ideia, se me permitir, usarei este post como referência em uma publicação. E, a propósito: não você não está sozinha, eu compreendi perfeitamente o que você quis dizer.
ResponderExcluirClaro Camila!!! É bom saber que não estou mesmo.
ExcluirAqui o texto: http://necroteriodastesouras.blogspot.com.br/2015/07/entretanto-ela-nao-encontrava-ninguem_25.html
ExcluirBom espero que eu tenha realmente compreendido (rs)