"Os animais são meus amigos ... e eu não como meus amigos." George Bernard Shaw
A
minha decisão de me tornar vegetariana já tem algum tempo e foi tomada dia 11
de janeiro de 2014. Eu jamais havia escrito sobre o assunto, entretanto agora
percebo a necessidade de explicar os meus motivos e a minha história até aqui,
assim como as tentativas anteriores e frustradas de parar de ingerir carne.
Começarei a narrar a partir de um tempo atrás: eu cresci acreditando que todos
os que não ingeriam carne ou seguiam uma dieta vegetariana (eu não havia
conhecido o veganismo até então) eram pessoas revoltadas e rebeldes com a
sociedade, com uma ideologia sem propósito. Para pensar acerca do quão radical
eu era, basta lembrar das múltiplas imagens compartilhadas por mim no antigo
Orkut nas quais diziam “Vegetarianos uma alface morreu para que você pudesse
come-la, tenha piedade coma as pedras”. Então, eu era muito convicta de que os
vegetarianos não tinham propósito, ironia do destino que um dia eu me tornaria
como uma dessas pessoas que eu julgava e “zoava” bastante.
E
assim fui seguindo com tais ideias até em meados de 2010 quando, por motivos de
prestar processos seletivos para ingressar no ensino superior, eu comecei a ler
vários artigos, a fim de treinar redações. Percebi que um dos temas mais
enfatizados era o meio ambiente e a fim de construir melhores argumentos para
sustentar os textos que escrevia e ter testes que se distanciam do senso
comum aprofundei a minha leitura nesses temas. Foi dessa forma que descobri
alguns dados estatísticos e estudos, que eu não havia conhecido anteriormente,
por não serem divulgados em fontes midiáticas, que comprovam que uma boa parte
do desperdício de recursos hídricos parte da indústria da carne. Além disso,
comecei a assistir documentários e filmes relacionados ao vegetarianismo, com
várias cenas que sensibilizam qualquer ser que as assista e tenha um coração
batendo no peito e um cérebro que está consciente e realiza a propriocepção de
forma devida. Não somente isso, tive contato com vários organizações e
instituições que defendem os direitos dos animais (como o People for Ethical
Treatment of Animals, o Physicians Committee for responsible Medicine e o
Vista-se, ) e percebi o quão eles explorados gratuitamente para suprir as
nossas vaidades.
Por
um tempo fiquei refletindo e pesquisando mais sobre o assunto, por cerca de 6
meses, até que então decidi (não com tanta convicção) que iria parar de comer
carne. Isso era meados de março de 2013 e eu estava fazendo cursinho
preparatório para o vestibular e almoçava todos os dias com marmita, o que
acabou fazendo com que a minha dieta fosse boicotada, porque muitas vezes as
pessoas que montavam ela para mim (pois eu estava sem tempo e consequentemente
passava em casa apenas para dormir) misturavam carne moída a minha refeição e
quase nunca era possível separá-la, porque ela se misturava com os outros
alimentos. Por conta disso, permaneci comendo carne após esse período, mas,
dessa vez, consciente das informações que eu já tinha conhecimento e permaneci lendo
bastante sobre o assunto, porém me aprofundando mais em quais alimentos
encontraria todos os nutrientes necessários para que a falta da carne não
prejudicasse o meu organismo, assim como é pensamento frequente do senso comum. Descobri com isso, a
variedade de vegetais que possuem todos os nutrientes necessários para o nosso
organismo e o quanto eu poderia evitar o sofrimento dos animais aderindo a
dieta vegetariana e não morreria, ao contrário do que vários indivíduos disseram
a mim quando optei por essa decisão, nem ficaria doente por conta disso.
Entendo
que ser vegetariano também demanda de uma certa militância, pois do que adianta
as outras pessoas continuarem acreditando que a minha decisão é apenas por pura
rebeldia se não conhecem os verdadeiros motivos como o amor pelos animais, a
compaixão, a conscientização acerca dos prejuízos para o planeta e para os
próprios seres humanos? Um dos maiores fatores cancerígenos da atualidade é
a carne, salientando-se o câncer de mama
e de intestino. “ Agora, um novo estudo realizado por pesquisadores da
Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, demonstra que determinadas
formas de uma substância conhecida como ácido siálico não humano, o ácido
N-glicolilneuramínico (Neu5Gc), presente na carne vermelha, pode incitar um
processo inflamatório que predispõe ao câncer.” (http://vencerocancer.com.br/para-os-pacientes/qualidade-de-vida-2/nutricao/cancer-e-consumo-de-carne/). Esse é um argumento que enfatiza a necessidade de cuidarmos da nossa saúde não apenas praticando exercícios físicos, estando o dia todo na academia, mas algumas práticas como parar de ingerir carne vão além dessas práticas e contribuem bastante para que algumas doenças sejam evitadas.
Para não prolongar o texto mais ainda, porque sei que muita
gente desiste de ler enormes textos, resolvi dividi-lo em partes e posto agora
a primeira parte. Aguardem que mais detalhes virão por aí!
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