sexta-feira, julho 31, 2015

Por que me tornei vegetariana? Parte I



"Os animais são meus amigos ... e eu não como meus amigos." George Bernard Shaw

A minha decisão de me tornar vegetariana já tem algum tempo e foi tomada dia 11 de janeiro de 2014. Eu jamais havia escrito sobre o assunto, entretanto agora percebo a necessidade de explicar os meus motivos e a minha história até aqui, assim como as tentativas anteriores e frustradas de parar de ingerir carne. Começarei a narrar a partir de um tempo atrás: eu cresci acreditando que todos os que não ingeriam carne ou seguiam uma dieta vegetariana (eu não havia conhecido o veganismo até então) eram pessoas revoltadas e rebeldes com a sociedade, com uma ideologia sem propósito. Para pensar acerca do quão radical eu era, basta lembrar das múltiplas imagens compartilhadas por mim no antigo Orkut nas quais diziam “Vegetarianos uma alface morreu para que você pudesse come-la, tenha piedade coma as pedras”. Então, eu era muito convicta de que os vegetarianos não tinham propósito, ironia do destino que um dia eu me tornaria como uma dessas pessoas que eu julgava e “zoava” bastante.

E assim fui seguindo com tais ideias até em meados de 2010 quando, por motivos de prestar processos seletivos para ingressar no ensino superior, eu comecei a ler vários artigos, a fim de treinar redações. Percebi que um dos temas mais enfatizados era o meio ambiente e a fim de construir melhores argumentos para sustentar os textos que escrevia e ter testes que se distanciam do senso comum aprofundei a minha leitura nesses temas. Foi dessa forma que descobri alguns dados estatísticos e estudos, que eu não havia conhecido anteriormente, por não serem divulgados em fontes midiáticas, que comprovam que uma boa parte do desperdício de recursos hídricos parte da indústria da carne. Além disso, comecei a assistir documentários e filmes relacionados ao vegetarianismo, com várias cenas que sensibilizam qualquer ser que as assista e tenha um coração batendo no peito e um cérebro que está consciente e realiza a propriocepção de forma devida. Não somente isso, tive contato com vários organizações e instituições que defendem os direitos dos animais (como o People for Ethical Treatment of Animals, o Physicians Committee for responsible Medicine e o Vista-se, ) e percebi o quão eles explorados gratuitamente para suprir as nossas vaidades.

Por um tempo fiquei refletindo e pesquisando mais sobre o assunto, por cerca de 6 meses, até que então decidi (não com tanta convicção) que iria parar de comer carne. Isso era meados de março de 2013 e eu estava fazendo cursinho preparatório para o vestibular e almoçava todos os dias com marmita, o que acabou fazendo com que a minha dieta fosse boicotada, porque muitas vezes as pessoas que montavam ela para mim (pois eu estava sem tempo e consequentemente passava em casa apenas para dormir) misturavam carne moída a minha refeição e quase nunca era possível separá-la, porque ela se misturava com os outros alimentos. Por conta disso, permaneci comendo carne após esse período, mas, dessa vez, consciente das informações que eu já tinha conhecimento e permaneci lendo bastante sobre o assunto, porém me aprofundando mais em quais alimentos encontraria todos os nutrientes necessários para que a falta da carne não prejudicasse o meu organismo, assim como é pensamento frequente do senso comum. Descobri com isso, a variedade de vegetais que possuem todos os nutrientes necessários para o nosso organismo e o quanto eu poderia evitar o sofrimento dos animais aderindo a dieta vegetariana e não morreria, ao contrário do que vários indivíduos disseram a mim quando optei por essa decisão, nem ficaria doente por conta disso.

Entendo que ser vegetariano também demanda de uma certa militância, pois do que adianta as outras pessoas continuarem acreditando que a minha decisão é apenas por pura rebeldia se não conhecem os verdadeiros motivos como o amor pelos animais, a compaixão, a conscientização acerca dos prejuízos para o planeta e para os próprios seres humanos? Um dos maiores fatores cancerígenos da atualidade é a  carne, salientando-se o câncer de mama e de intestino.  Agora, um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, demonstra que determinadas formas de uma substância conhecida como ácido siálico não humano, o ácido N-glicolilneuramínico (Neu5Gc), presente na carne vermelha, pode incitar um processo inflamatório que predispõe ao câncer.” (http://vencerocancer.com.br/para-os-pacientes/qualidade-de-vida-2/nutricao/cancer-e-consumo-de-carne/). Esse é um argumento que enfatiza a necessidade de cuidarmos da nossa saúde não apenas praticando exercícios físicos, estando o dia todo na academia, mas algumas práticas como parar de ingerir carne vão além dessas práticas e contribuem bastante para que algumas doenças sejam evitadas.

Para não prolongar o texto mais ainda, porque sei que muita gente desiste de ler enormes textos, resolvi dividi-lo em partes e posto agora a primeira parte. Aguardem que mais detalhes virão por aí!



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