segunda-feira, junho 09, 2014

As mudanças histórico-culturais como geradoras dos conflitos de idades

     


       O embate entre indivíduos de idades diferentes é um fenômeno que existe em grande parte das sociedades, desde as rígidas e hierárquicas, como as patriarcalistas, que foram presentes no Brasil em meados dos séculos XVII e XVIII, até as atuais, que tendem a ser flexíveis quanto à formação das famílias. Percebo que essa situação é evidenciada na atualidade, pois as gerações tendem a tornar-se cada vez mais competitivas, devido ao aumento da especialização nas áreas acadêmico-profissional.
       Os hábitos e as criações socioculturais diferentes fazem com que crianças, jovens, adultos e idosos, muitas vezes, possuam posicionamentos divergentes em relação a muitos assuntos atuais, como sexo, relacionamentos e tecnologias. Creio que muitos embates que podem, às vezes, gerar conflitos familiares, discussões verbais e, até mesmo, coerções físicas, são consequências da falta de compatibilidade e compreensão entre gerações. Um exemplo disso é os pais que tentam impor aos filhos padrões comportamentais da época em que foram educados, e podem prejudicando-los no desenvolvimento pessoal. Esse é o caso de famílias que quase obrigam os membros a seguirem determinadas carreiras profissionais para perpetuarem-se na área em que atuam.
       Além disso, entendo que a juventude utiliza linguagens corporais (tatuagens e "piercings") e orais (gírias) para comunicarem entre si e, em alguns casos, sentem-se desconfortáveis, em conflitos constantes com muitas pessoas mais velhas que questionam o estilo de vida dos jovens. Geralmente, isso gera constrangimentos entre conversas que envolvam jovens e adultos, porque indivíduos com idades avançadas entendem a modificação corporal como símbolo de rebeldia e desobediência de adolescentes. Por meio disso, acontece a crítica mutua, devido ao fato de que várias gerações são inflexíveis ao não tentar, muitas vezes, compreender o pensamento alheio, ou seja, praticar o relativismo cultural.
      Assim, creio que na sociedade contemporânea, consoantemente com aquelas mais antigas, perpetua-se o conflito entre várias pessoas pertencentes a gerações diferentes, e isso se deve a mudanças culturais e sociais ao longo da História. Por causa disso, os indivíduos, independente da idade, devem praticar o relativismo cultural, no núcleo familiar e em outros âmbitos coletivos, como escolas, empresas ou faculdades, para manterem bons relacionamentos pessoais, sem brigas, indiferenças e discussões.

Janaina Silva

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