A maioridade penal é um assunto que se evidencia quando
crimes são cometidos por menores e tornam-se, muitas vezes, amplamente divulgados
pela mídia. Recentemente um menor assassinou um estudante, às vésperas de
completar 18 anos. Tudo isso reacendeu a discussão sobre esse tema. Percebo que
essa situação revela algumas vulnerabilidades no âmbito social, tanto por parte
de muitos indivíduos, que várias vezes sem argumentação alegam que o problema
está apenas nos adolescentes, desprezando as condições em que diversos
infratores vivem, quanto pelo Estado.
A reflexão acerca do papel da família no desenvolvimento de
crianças e adolescentes. Várias vezes, os familiares não desempenham a função de
educar, acalentar e fornecer suporte necessário para que os menores possuam
perspectivas de crescimento social e intelectual. Percebo como exemplo disso os
casos de violência contra (os futuros) infratores e eles, em grande parte dos
casos, começam a comportar-se agressivamente e podem inclusive iniciar práticas
criminosas.
Além disso, penso que o Estado o qual deveria cumprir os direitos
previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como fornecer o ensino
público de qualidade, a moradia e a alimentação, muitas vezes, mostra-se omisso
ou ineficiente nas medidas que toma. Prova disso é a dificuldade na reinserção
de ex detentos na sociedade, já que grande parte deles reincide criminalmente,
o que não diminui as taxas de violência, ou seja, com medidas paliativas dificilmente veremos mudanças
significativas e menores índices criminais. Tudo isso mostra que o Governo
deveria empenhar-se em cumprir os direitos previstos no ECA, como investir em
políticas que diminuíssem o contato de crianças e adolescentes com práticas
criminosas.
Em suma, acredito que a sociedade
deve pensar mais acerca do problema exposto e exigir do Governo ações mais
eficazes para o cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes, pois
muitos deles não possuem perspectivas e condições adequadas de sobrevivência.
Ao contrário disso, se a maioridade penal fosse reduzida, ela acarretaria o
aumento de reincidentes criminalmente, o que, como uma medida paliativa a qual
não tem o poder de resolver de fato os dramas sociais, não diminuiria as taxas
de violências no país por parte de menores de 18 anos.
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