Então de volta a esse lugar, onde as águas são mais frias e o vento entoa fino a nos amedrontar. Na minha frente segue um mar, gelado no abismo, minha fé está totalmente ao esmo, existe um fim dessa situação em algum momento? O fim seria tentar procurar a onda mais alta e gelada que o mar poderia nos oferecer?
Eu corro na areia, mas sinto que ela me puxa para baixo, ela é uma areia movediça. A cada passo que dou sinto mais e mais os meus pés afundando neste lugar. A quatro noites que não durmo e agora estou com fome e sedenta para que isso acabe. Um turbilhão de pensamentos me levam a pensar como cheguei até esse lugar, mas tudo isso em vão. Depressão é excesso do passado, mas nem só isso se configura o que tenho hoje.
Quantas escolhas eu mudaria se as minhas decisões fossem hoje. A felicidade não se encontra pura e simplesmente na arte de ajudar. Pra ajudar você tem que se ajudar, pra salvar você tem que estar vivo. Não faz sentido não se conectar mais com o mesmo mundo e sentir como se o seu pertencimento perdesse o sentido. Qual a diferença você faz para alguns “amigos”, para sua família? Alguém se importa com o que você sente ou pensa? Alguém quer levar a sério o que você sabe?
Quantos amigos você chegou a perder pelo caminho, quando o seu suporte diminuía pouco a pouco. Tudo isso em meio a sua vida que não passa, que não passa. A vida de todo mundo move e a sua é mais do mesmo, sempre. Que vida cruel e medíocre. O que você fez de bom?
Algo morreu dentro de mim, eu gostaria de saber o que foi, para consertar. A vida passa como um giz apagado no chão. No mais, agora estou indo embora, espero um dia voltar.
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