O pensamento racional dos homens sufocou "os fins", e os tornou
egoístas e "maquiavélicos". Maquiavel, na verdade,
pensava na manutenção do poder, mas também no bem do povo. Ele acreditava
que se o governante mantivesse centralizado e forte
no poder a população seria beneficiada. Acredito que a ética, como se dizia
Aristóteles, procura sempre um fim: a felicidade.
A ética é mudada de acordo
com cada indivíduo e o meio social influencia cada escolha e pensamento. Por
exemplo, é difícil você crer que o próprio político corrupto, muitas
vezes, é contra a corrupção. Isso é a ideia na qual ele está inserido, e
se fosse para aconselhar alguém próximo talvez ele dissesse para as
pessoas não serem corruptas.
Mas o que leva a isso? A divergência de pensamento
e atos práticos. Existem ideologias que estão presentes na sociedade, mas não
são cumpridas. Podemos chamá-las de moral, sabendo que "todos" sabem
da existência delas, porém algumas pessoas por condições sociais, econômicas e
culturais (...) não as cumprem.
Nisso, caímos em uma discussão aprimorada por
Kant, que são os tipos de ação. Por exemplo, o imperativo categórico como
enuncia o filósofo “age só segundo máxima tal que possas ao mesmo tempo querer
que ela se torne lei universal”, ou seja, ele afirma que os indivíduos devem
agir de uma forma que os outros também possam ver e agir da mesma maneira,
espelhando-se em suas ações e sabendo que ela gera consequências. Aqueles que
agem "fora" da moral, geralmente, não pensam nas consequências do
seus atos, pois elas estão levando em conta que outros também podem agir da
mesma maneira.
Dessa forma, vemos que os fins são mais importantes do que o
meio para muitas pessoas. Aqueles que traçam objetivos e não fazem uso da moral
para alcança-los, passando por cima de pessoas e vidas, valorizam apenas os
fins, não se importando com os meios e as consequências, não só para si, mas
para todos que, direta ou indiretamente, sofrerão com os efeitos do ato imoral.
As ações, segundo Kant são dividas em ação contra o dever, que é quando o
indivíduo vai contra a moral e sabe que está fazendo algo errado e desonesto,
ação conforme ao dever, que é quando as pessoas fazem o que é certo apenas para
não serem punidas ou não sofrerem consequências das leis ou coerção da
sociedade e, por fim, ação por dever, que é quando as pessoas agem eticamente e
de acordo com a moral, pois sabem que aquilo é a coisa certa a se fazer e a sua
atitude é de sua inteira vontade, sem influencia ou expressão de terceiros.
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