Não quero
Eu não queria um ou dois ou três
Eu queria nenhum dessa vez.
Eu queria o silêncio, mas o murmúrio venceu.
Quem sabe já se esqueceu.
Naquelas imensas multidões aquele ser gritava
Em audível e bom som vaiava
Uivava
Aquele sentimento que não queria ser sentido
Aquele, mesmo que desvaído
E por um momento pensou que ali estava
O mostro da tristeza e da incerteza
Que o outro, ali pelas estradas da vida
E às quatro
Bateu-se um arrependimento
Uma vontade de ser e não ser
De estar e correr
De fugir e permanecer
Uma antítese
Não.
Um paradoxo.
Porque vem o gosto do sorriso
E a lágrima do desaviso
Dai-me paciência de montão,
Duro coração.
Não digo para ser entendida,
Muito menos para ser ouvida
Mas para ser sentida
Bem no fundo sedoso do coração.
Janaina Silva
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